Roberto Lorea lota auditório da Escola Superior da Magistratura


Texto e Fotos de Carla Bomfim / Imprensa Escola da Ajuris 

A palestra “Mediação familiar na atual política judiciária”, ministrada pelo juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS), Roberto Lorea, lotou o auditório da Escola Superior da Magistratura (ESM) na noite de quarta-feira (16/8). 
O evento fez parte do ciclo de palestras alusivo aos 15 anos do Núcleo de Mediação da ESM (NEM/ESM), atualmente coordenado pela Desembargadora Genacéia da Silva Alberton.
O encontro contou com a presença da vice-presidente Administrativa da AJURIS, Vera Deboni, do fundador do NEM, José Luiz Bolzan de Morais, do diretor da Escola da AJURIS, Cláudio Martinewski, do coordenador do projeto Casa de Mediação na OAB-RS, Ricardo Dornelles, da superintendente regional do CONIMA, Marilene Marodin e da vice-presidente do IBDFAM, Delma Ibias, além de magistrados, mediadores, conciliadores e público geral.

De acordo com Lorea, o objetivo da palestra foi refletir sobre a Implementação do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Soluções de Conflitos(NUPEMEC) no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS), após decorridos cinco anos de sua criação. “Buscamos fazer uma avaliação dos resultados até aqui colhidos e propor uma correção de rumos especificamente no campo da mediação familiar”, frisou. Entre alguns aspectos destacados pelo magistrado para o aprimoramento da mediação no RS estão: a adequação da prática dos métodos autocompositivos às peculiaridades de cada região do país, o reconhecimento da conciliação familiar como método adequado de tratamento de conflitos de menor complexidade,  a necessária valorização do profissional mediador, bem como, a descentralização da formação de mediadores e a ampliação dos espaços para a prática de mediação familiar, através de parcerias institucionais entre Tribunal e Universidades, Câmaras Privadas, Centros Comunitários, entre outros. “No TJ de São Paulo foram credenciadas 57 instituições, ao contrário do RS que não credencia. É importante também, não confinar a mediação familiar apenas nos CEJUSC´s, que é o que acontece aqui no estado. Como só há CEJUSC (com mediação familiar) em 14 comarcas, significa que em  150 comarcas não se aplica o artigo 694 e 695 do código de processo civil”, ressaltou Lorea.

“Sem desmerecer o esforço que foi feito até agora, e  muita coisa foi feita, mas pensando especificamente na área de jurisdição de família, aprimorar o que sido feito é muito importante”, destacou o magistrado ao sintetizar a reflexão que deve ser realizada por todos os interessados no tema.

Dica de Livro: O Poder da Empatia

Desembargadora Genacéia da Silva Alberton 
Coordenadora do NEM

Colocar-se no lugar do outro é uma das habilidades necessárias, não apenas para os que atuam na prevenção e atendimento de conflitos, mas àqueles que desejam ter uma boa convivência social. Eis o motivo pelo qual se apresenta importante a leitura da obra O Poder da Empatia: a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo, de Roman Krznaric, publicado pela Zahar Editora. O autor é historiador de cultura e membro fundador da The School of Life, em Londres, sendo conselheiro de organizações como as Nações Unidas e a Oxfam (Oxford Committee for Famine Relief). A Oxfam atua na promoção de ações que possibilitem diminuir os espaços de pobreza para que todos tenham acesso ao uso de tecnologia básica e condições de participar da construção de uma sociedade mais justa. Numa linguagem de agradável leitura, o Autor destaca que a empatia tem o poder de transformar vidas e promover profundas mudanças sociais. Por isso, a importância de desenvolver hábito e alterar estruturas mentais para que possamos perceber que a empatia está na essência da natureza humana e pode ser expandida. Eis os seis hábitos elencados por Roman para alguém se tornar uma pessoa extremamente empática: acionar o cérebro empático; dar o salto imaginativo, colocando-se no lugar de outras pessoas, inclusive dos inimigos; buscar aventuras experienciais; praticar a arte da conversação; viajar em sua poltrona através da arte, literatura, redes sociais; inspirar uma revolução, ou seja, promover mudança social.
A tarefa não é fácil, mas é preciso nos libertar dos próprios “egos” para sintonizar com “os contornos sutis das emoções e experiências de outras pessoas”. Sejamos “jardineiros da empatia, semeando milhões de conversas envolvendo troca delugar”. Se não pudermos transformar o mundo, certamente iremos nos transformar e nos tornar mais humanizados.